22 de Maio – Andrew Dominik provou ao mundo e à crítica que é um realizador criativo com “The Assassination Of Jesse James By the Coward Robert Ford” e voltou a comprovar esta ideia com o violento “Killing Them Softly”, um filme para maiores de dezoito que explora vários temas políticos com algum humor negro à mistura. O filme convenceu a crítica norte-americana, mas os críticos europeus não ficaram muito convencidos com a sua narrativa que, no seu entender, é demasiado complexa e pesada para o grande público. Este dia também ficou marcado pela exibição de “The Angels' Share”, de Ken Loach. Este drama dividiu a crítica, muito embora todos o considerem um filme competente e bem organizado que até tem algumas semelhanças com “Looking for Eric”, no entanto, muitos foram os críticos que o acharam um bocado aborrecido. Na Un Certain Regard tivemos as exibições de “A Perdre La Raison”, de Joachim LaFosse” e “Le Grand Soir”, de Benoít Deléphine que também não conseguiram impressionar e reunir o consenso da crítica.
23 de Maio – O novo filme de Walter Salles, “On The Road”, convenceu Cannes e saltou para o topo do grupo, cada vez mais restrito, dos filmes favoritos a vencer a Palma de Ouro deste ano. Salles conseguiu criar um drama envolvente e bastante fiel ao homónimo livro de Jack Kerouac, que beneficia também das grandes performances dos seus vários protagonistas, nomeadamente de Garrett Hedlund e Sam Riley. Quem também convenceu a crítica internacional foi Leos Carax, um cineasta muito alternativo que com este “Holy Motors” provou ao mundo e aos seus críticos que também sabe fazer belos e cativantes filmes. É difícil de dizer se “Holy Motors” tem alguma hipótese de ganhar alguma coisa no Festival de Cannes 2012, mas é certo que Carax vai sair deste certame em alta. Fora da Competição foi exibido o drama “Io e Te”, de Bernardo Bertolucci, que, bem vistas as coisas, até merecia um lugar na Secção Competitiva deste festival.
24 de Maio – O drama mexicano “Post Tenebras Lux”, de Carlos Reygadas, não comprovou o seu favoritismo à vitória final. Esta obra não conseguiu arrancar muitos elogios da crítica internacional que não resistiu a afirmar que esta obra é uma versão mais fraca e sombria de “The Tree of Life”, de Terrence Malick. A crítica considerou-o um trabalho bastante entediante e confuso que raramente nos consegue envolver na sua complexa história. O thriller “The Paperboy”, de Lee Daniels, também deixou muitas pessoas desiludidas com a sua cansativa narrativa. Foram vários os críticos que o consideraram o maior fiasco da Secção Competitiva de 2012 até ao momento e nem os bons e diferentes trabalhos de Zac Efron, Nicole Kidman, John Cusack conseguiram salvar esta obra das piores críticas desta edição.
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